09/04/2012

Rodando pela América do Sul numa Hyundai Tucson


Longas retas na Província de Corrientes, Argentina.

Quem viaja de carro sabe que segurança é item obrigatório no planejamento. Para evitar problemas nas estradas é fundamental um carro que seja apto para os desafios que vai enfrentar, com revisões em dia.

Antes de rodar pelas estradas da América do Sul, o viajante deve conhecer o roteiro e o estado das rodovias para saber se seu veículo é adequado ou não. Os principais países de destino dos brasileiros (Uruguai, Argentina e Chile) possuem, como regra, excelentes rodovias. Entretanto, obras e passeios alternativos costumam exigir algo mais dos nossos carros.

Assim, o ideal para viagens longas pelos países vizinhos são as SUVs e utilitários/pick-ups. Nada impede que carros 1.0 cheguem a seus destinos, mas o esforço e desgaste são muito grandes, aumentando as chances de problemas no caminho, também.

Nossa Tucson no início da RN 127, seguindo para Santa Fé.

Em janeiro de 2012 atravessamos a América do Sul na região central, cruzando a Argentina, Chile e chegando ao Pacífico (de Curitiba a Viña del Mar). O carro que nos levou foi uma Hyundai Tucson V6 4x4. No geral, a Tucson se comportou bem, não havendo nenhum incidente durante os quase 7.000 km rodados. O ponto negativo (já esperado) foi o consumo; mesmo com a ótima gasolina argentina e as grandes retas sem movimento, o motor V6 comprovou sua fama e mal conseguimos fazer 10km/litro.

De Curitiba a Santo Tomé (ARG), divisa com São Borja (RS), foram tranquilos 970 km rodados em torno de 12 horas. O primeiro desafio encontrado foi no segundo dia de viagem. Depois de longas retas na Província de Corrientes, após a saída para Santa Fé, um trecho de 30 km em obras na RN 127 foi uma prova de fogo para a Tucson. A rodovia tem grandes fissuras, com desníveis muito grandes. O primeiro teste foi de paciência para quem vinha fazendo média 110 km/h e teve que baixar para 30, 40 km/h.

Trecho de obras na RN127, a caminho de Santa Fé. Velocidade máxima: 40 km/h


Neste momento um carro "grande" faz mesmo a diferença. A estrutura mais robusta permite uma dirigibilidade melhor, além do grande risco que os carros "pequenos" tem ali: quebras na suspensão, pneu furado, avarias nos escapamentos, entre outras. Depois de quase uma hora de suplício, a Tucson voltou para a bom asfalto sem sequelas!

Travessia do Túnel sub-fluvial do Rio Paraná, entre Paraná e Santa Fé, sentido Córdoba

A Tucson descansando um pouco no badalado bairro "Nueva Córdoba". A placa brasileira e os adesivos da viagem chamavam a atenção dos moradores locais

Se por um lado o motor V6 consome bem, por outro não existe subida para ele. Sentimos este conforto nas famosas "Sierras de Córdoba"; com um visual lindo, as curvas de las Altas Cumbres foram apreciadas com conforto e segurança. Um passeio incrível, visitado por milhares de turistas argentinos e estrangeiros toda temporada.

Parada para algumas fotos nas Sierras de Córdoba

Entre Córdoba e Mendoza, além das Sierras (pouco mais de 2.000 km de altitude), outro grande desafio passou a ser o calor! Chegando em San Juan a temperatura era de 38 graus!


RN que liga San Juan a Mendoza; retas infinitas.

San Juan e Mendoza são ligadas por uma excelente Autopista, mas o trajeto de 240 km entre as duas cidades é quase deserto. Não existe nenhuma cidade e os postos de combustível são muito raros. A boa capacidade do tanque de combustível do nosso carro foi muito útil nesses momentos. A Autopista San Juan - Mendoza vai ficando cada vez mais com cara de deserto e a vegetação é baixa, com poucas sombras.

Paisagem às margens da rodovia que nos leva a Mendoza; clima quente e seco.

Numa tarde de calor, com o asfalto quente, seria uma perigosa aventura ter que parar para resolver algum problema no carro. Enquanto íamos nos aproximando de Mendoza o termômetro ia subindo: 39, 40, 41, 42, até 43 graus!!

Os assustadores 43 graus externos não nos afetaram graças ao potente ar-condicionado que manteve o interior da Tucson em frescos 20 graus!

Com algumas olhadas para o marcador de temperatura, fomos controlando um possível aquecimento do motor que felizmente não aconteceu. Rodar por horas naquele asfalto escaldante poderia prejudicar carros menores; não a nossa Tucson! Além disso, o ar-condicionado funcionou muito bem, mantendo a temperatura sempre agradável, apesar do ar seco e quente externo.

Saída de Mendoza, sentido Chile da Ruta Nacional RN 7, com a Cordilheira dos Andes ao fundo

O maior desafio, entretanto, ainda estava por vir: atravessar a Cordilheira dos Andes, com direito a passeios alternativos em estrada de rípio!

A rota entre Mendoza e Santiago, no Chile é feita em rodovia internacional muito boa, atravessando o túnel Cristo Redentor. No caminho, paisagens e pontos turísticos incríveis, como a cidadezinha de Uspallata, Estação de Esqui de Penitentes, Cemitério do Andinista, Parque Aconcágua, Puente del Inca e Las Cuevas.

Sinistro: uma estradinha de rípio nos leva ao Cemitério do Andinista, onde estão enterrados muitos aventureiros que sucumbiram tentando chegar ao topo das Américas.

De frente para o teleférico da Estação de Esqui de Penitentes

Uma parada ao lado da estrada para apreciar o visual; picos nevados em pleno verão.

Todas as atrações são acessíveis pela Ruta Nacional 7, mas o Cerro Cristo Redentor, em Las Cuevas, só pode ser acessado por uma estrada de rípio que sobe a mais de 4.000 metros de altitude; trata-se da antiga estrada que fazia a ligação ao Chile, desativada depois da construção do túnel internacional.

Portal de Las Cuevas (ao fundo, esquerda). Antes de subir ao Cerro Cristo Redentor, controle policial avisa sobre as condições da estrada (de rípio). Fica intransitável a maior parte do ano!

Atualmente, a estrada serve apenas aos turistas que desejam visitar o alto do cerro, onde existe uma base do exército argentino, exatamente na fronteira com o Chile. A antiga Ruta 7, neste ponto, sobe quase 1.000 metros em menos de 8 km, o que significa subida muito íngreme e incontáveis curvas fechadas; a estrada não possui "guard-rail" e dirigir com prudência é uma questão de vida ou morte! Em alguns trechos, a estrada permite a passagem de apenas um carro e sempre a preferência é de quem sobe.

Descida com muito cuidado! Sem proteções na lateral dos precipícios!

Nessa parte da viagem a Tucson mostrou mais uma vez suas qualidades; em curvas fechadas de rípio, com muitas pedras soltas, o sistema 4x4 foi acionado automaticamente e a subida foi muito tranquila, enquanto alguns carros "baixos" costumam voltar na metade do caminho.


O desafio é recompensador: chegar ao topo do Cerro Cristo Redentor é uma experiência incrível; a mais de 4.000 metros de altitude, fortíssimas rajadas de vento mantinham a temperatura perto de 3 graus, em pleno verão.

Topo do Cerro Cristo Redentor, a mais de 4.000 m de altitude e 3 graus!

Depois, seguindo em direção a Santiago, começamos a descida pelos famosos "caracoles', onde mais uma vez os carros e motoristas são desafiados pelas curvas fechadas em zona de avalanches e desmoronamentos. O visual, entretanto, compensa qualquer perigo!

Caracoles. Dispensa comentários.


Os caracoles nos levam direto à planície da região metropolitana de Santiago, onde mesmo com GPS não é fácil rodar; Santiago é uma metrópole com mais de 5 milhões de habitantes; grandes autopistas dão acesso à cidade, que juntamente com enormes túneis e pontes exigem atenção e um bom mapa impresso para ajudar.

Santiago é um metrópole com mais 5 milhões de habitantes. GPS e atenção são fundamentais para dirigir na capital chilena.

O desafio final da "Expedição Aconcágua" era chegar ao Oceano Pacífico. De Santiago a Valparaíso e Viña del Mar, os dois principais balneários chilenos, são pouco mais de 140 km de rodovia impecavelmente asfaltada, com excelentes serviços e ladeada pelos vinhedos do Vale de Casablanca.

Vinícola Viña Mar, no Vale de Casablanca, Chile.

Reñaca, balneário badalado próximo de Viña del Mar, de frente para o Pacífico.

Chegar ao Pacífico foi um presente a mais numa incrível viagem por paisagens e culturas que mudam com o passar dos quilômetros.

Campos verdes, rochas gigantescas, neve, calor escaldante e belíssimas estradas formam o cenário perfeito para uma viagem inesquecível e a Tucson, sem dúvida, faz parte desta história.

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DICAS

Antes de pegar a estrada, é fundamental fazer uma revisão completa no veículo, fazendo principalmente a troca de óleo e filtros, revisão dos pneus, sistema de freio e suspensão.
Apesar de Curitiba estar bem servida em termos de Concessionárias Hyundai (SEVEC, SLAVEL) e a recém chegada CAOA, as nossas revisões ficaram por conta da PneuPlus.

A PneuPlus é uma prestadora de serviços de excelência que atende os clientes mais exigentes; desde a escolha do pneu ideal para seu carro até revisões completas, o nível de qualidade se mostra acima da média.
Conheça mais a PneuPlus aqui: www.pneupluscar.com.br

9 comentários:

  1. Ney, qual a média de velocidade você faz nessas viagens internacionais?

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  2. Olá Felipe! Depende muito da estrada e dos objetivos do dia. No primeiro dia o objetivo era chegar o quanto antes na Argentina. Fizemos 970 km em 12 horas, o que dá uma média de 80km/h.
    Nas estradas argentinas, você pode fazer 100, 110km por hora, em média.
    Mas quando está passeando, paradas para fotos mudam tudo!
    Espero ter ajudado.
    Abraços!

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  3. Que marca/modelo de GPS tu me indicas? Pretendo fazer este percurso em breve.

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  4. Olá Jana. GPS Garmin não tem erro. Mapas atualizáveis e boa precisão; um modelo intermediário, que mostre placas de sinalização (mostra na caixa) já resolve muito bem. Boa viagem! :)

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  5. Ney, qual sua opinião sobre utilizar GPS de celular? Tenho utilizado em viagens pelo Brasil e sempre me dei bem, o google maps sempre permanece atualizado graças aos pacotes de atualização (navegação com conexão a internet).

    Tenho muitos planos em viajar pela América do Sul de carro, no entanto, sendo o meu carro 1.0.

    Obrigado

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  6. Olá Renan, td bem? GPS de celular é uma boa opção,mas tem suas limitações. O ideal é um aparelho GPS mesmo, ou também aplicativos GPS para iPad, que funcionam bem também. Abraços.

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  7. Olá amigo, você acha que o 4x4 foi essencial, ou uma tucson gl 2.0 cambio manual daria conta nessa viagem? Abraços

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  8. Olá.
    Fiquei muito interessado nesta viagem e vou fazê-la em meados de 2016. Tenho uma Sportage 2010 gasolina, automática muito conservada e acho que será ideal.
    Mas o que me preocupa alguns itens importantes e, se possível, gostaria de alguns comentários quando tiverem tempo.
    1- A violência e a polícia. Escuto muitas histórias que eles acharcam muito os motoristas estrangeiros e a burocracia é grande.
    2- Rede de assistência mecânica
    3- Rede de hospedagem.
    Poderiam me enviar comentários? Meu endereço (caso possam fazer esta gentileza) é "herculanun@gmail.com".

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  9. Olá.
    Fiquei muito interessado nesta viagem e vou fazê-la em meados de 2016. Tenho uma Sportage 2010 gasolina, automática muito conservada e acho que será ideal.
    Mas o que me preocupa alguns itens importantes e, se possível, gostaria de alguns comentários quando tiverem tempo.
    1- A violência e a polícia. Escuto muitas histórias que eles acharcam muito os motoristas estrangeiros e a burocracia é grande.
    2- Rede de assistência mecânica
    3- Rede de hospedagem.
    Poderiam me enviar comentários? Meu endereço (caso possam fazer esta gentileza) é "herculanun@gmail.com".

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